quarta-feira, 10 de março de 2010

CORRIDA PARA GOVERNO NO AMAZONAS

PALANQUE ÚNICO

Lula pressiona e Eduardo cozinha o Ganso

A pressão do presidente Lula – leia-se Alfredo Buchada Nascimento de Bode - pelo palanque único em favor de sua candidata, Dilma Roussef e de seu ministro caixa dois dos Transportes, começa a fazer efeito. Nos últimos eventos publicitários de inauguração eleitoral, Omar – futuro governador do estado do Amazonas - não foi citado como co-autor dos empreendimentos muito menos como responsável pela continuidade dos acertos de um governo que ajudou a construir e do qual é o legítimo candidato.



Para os observadores

A cena política há duas interpretações para o posicionamento de Eduardo, uma delas é o temor de que Lula se aborreça por conta de acordos não honrados e, o que é mais provável, Eduardo não tem candidato pra valer. Todos sabem que era Zé Melo a figura que reunia o grosso de sua confiança e desejo, aquele que não ofereceria riscos para sua volta em 2014, o Ano da Copa. Omar, passados sete anos, não contabiliza o que se pode chamar de gestão compartilhada. Ele ficou com o batente da interinidade recordista, jamais com o bônus da chave do cofre para investir em obras e projetos de seu alvitre e convicção. Restam-lhe, pois, três semanas de resignação e paciência para assumir de direito o que de fato tem assumido desde março de 2003.



Elo de (des) união

No fim de semana em Manacapuru, o governador ocupou-se em remover as pretensões de Amazonino que confiara em seu apoio para seduzir os demais pupilos que esta era sua vez, a derradeira, para assumir o governo do estado, o poder e a pecúnia, que o ato representa e de quebra aplicar no falecido, o Pai de Todos, o Boto Navegador, a vitória final de 4x3. Com a orientação, respaldo e pressão de Eduardo o Negão imaginou que até Lula se convenceria que ele seria o único capaz de reunir seus rebentos em torno da mesa eleitoral do palanque único. Para tanto, o dito cujo se apegou a todas as entidades do purgatório incluindo os espíritos empedernidos de Fernando Collor e José Sarney, enviados especiais de Belzebu.



Operação Artur Neto

Mas ninguém deverá sair por aí dizendo que Eduardo cairá nos braços de Alfredo por um ato de vontade e imposição do presidente Lula. Não é improvável que Braga seja obrigado a apoiar o ministro Buchada por obra, graça e ameaça das forças jurídicas e policiais. O que ele não poderá mais evitar é que Omar o faça se assim lhe convier e compensar. Ou que ele, Braga, se retraia e assista Omar por conta e risco peitar a chantagem federal. De uma coisa todos podem ter certeza. Para quem conhece o beduíno na intimidade, Omar não cederá as pressões, por exemplo, para cumprir o script que determinou nos bastidores federais da lagoa estelar a degola de Artur Virgílio do Carmo neto, seu amigo pessoal, e a mobilização da base aliada para impedir que o líder tucano consiga a reeleição. Omar sabe o quanto o Amazonas precisa de Artur e está disposto a levar essa convicção até o fim, mesmo que isso implique em dizer "sinto muito” ao enxerimento de Vanessa Grazziottin, e sua adesão obscura à trama sinistra de Zé Dirceu.

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