quinta-feira, 22 de abril de 2010

SABINO O NOVO HEROI DAS 11:30

Segundo o Blog do Holanda

O secretario de Saúde, Agnaldo Gomes da Costa, ainda estava na rua, ontem, quando sua assessoria o comunicou que o deputado Sabino Castelo Branco queria falar com ele. Naquele momento, por volta de 11h40m, Sabino colocava no ar a irmã de um menino, que precisava se deslocar até São Paulo para ser submetido a uma cirurgia. Agnaldo usou o celular e ligou para o deputado. Comprometeu-se a resolver tudo. Sabino perguntou: "o senhor está vendo o programa?" Do outro lado da linha, meio sem jeito, Agnaldo respondeu que não, pois estava fora da secretaria. Um pecado que Sabino não vai perdoar!

O secretario, no mínimo, deveria estar assistindo ao programa do parlamentar... Mas, vamos com calma. Agnaldo respondeu prontamente, e é assim que Sabino quer. É assim que o Estado constrói os heróis forjados na miséria e na ignorância de um povo, e depois os descarta alegando que não teve parcela de culpa nos ilícitos que cometeram.

Sabino, embora esperto, muito esperto aliás , não se dá conta da sua fragilidade e do uso que fazem dele. No ar, repetiu diversas vezes: "sou uma autoridade, sou um deputado federal".

Alguns leitores reclamam do espaço que o Blog do Holanda dá ao deputado. Como não dar? Sabino é a prova mais perfeita das contradições de um Estado que perdeu o seu rumo em questões legais, e que trata desigualmente os desiguais. Qual a diferença do programa de Sabino Castelo Branco para o Canal Livre ?

Os ilícitos cometidos pelo deputado não seriam semelhantes aqueles atribuídos aos irmãos Souza? Com a diferença de que com os Souza não foi apreendida um grama de droga - ou pelo menos isso não consta nos processos movidos contra eles por tráfico ou associação ao tráfico, enquanto que Sabino foi sabidamente preso por traficar drogas em Rondônia, há 15 anos.

A história de Sabino será contada em detalhes nos próximos anos, quando esse mesmo Estado com o qual mantém relação no mínimo promiscua, retirar a sua proteção. Ai estará só. O dono da TV não terá culpa no cartório, nem o governante do momento. Serão esquecidos os favores governamentais ( hoje prestados) que alimentam o nosso herói, que, sem as câmeras e os "amigos", não terá mais forças para dizer: "Sou uma autoridade, sou um deputado federal" . Será quando os documentos "confidenciais" deixarão os armários para abrilhantar o trabalho de uma nova força - tarefa.

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