Os diálogos da CPI da Pedofilia reproduzidos pela mídia nos levam a algumas considerações. Entre elas a de que a banalização do crime, entre nós, chegou a índices absurdos e incomensuráveis. Viram a tranqüilidade como as pessoas contaram suas façanhas? O cinismo embutido em suas frases e exclamações? A naturalidade como detalham certas atitudes que tomavam ou deixavam de tomar?É verdade que no fórum de uma CPI, o acusado ou suspeito, ou seja, la o que for, deverá dizer a verdade, como nos tribunais, sob pena de ser punido. Mesmo assim, espanta tudo isso que vimos nesses dias. Talvez porque saibamos que nos casos relatados, as principais personagens e vitimas são crianças, no maximo adolescentes imaturos, portanto, indefesos.O que mais me chamou a atenção foi o caso da garota levada pelo pai para o pedofilo, em troca de dinheiro. Creio que o quadro dá bem uma idéia da miséria em que ainda vivem tantas famílias amazonenses. Na capital e no interior onde as oportunidades de emprego são pequenas; onde as famílias geralmente com mais de cinco filhos fazem das tripas coração para viverem em condições quase subumanas, a prostituição passa a ser a tabua de salvação para sobreviver à morte lenta e gradual. Pode ser o caso do pai citado. Que educação teve e que valores possui, que sentimentos carrega para estabelecer diferenças entre a transgressão, o crime e a condição de necessidade?Na outra ponta, observe-se o onipotente, tanto o delinqüente arrogante como o criminoso contumaz, cientes da sua eterna impunidade e premiada aceitação e prestigio como agem. Indiferentes. A desobediência a lei é a lei deles. Não foram e jamais podem imaginar que serão um dia punidos. Como? Afinal, eles sempre estiveram acima da lei! Quem lhes pode punir? Quem?É tudo muito duro e triste.Ao mesmo tempo revoltante por sabermos que a politica amazonense acolhe e encoberta tipos como esses envolvidos na CPI da Pedofilia. Tomara que para eles sobre alguma punição exemplar. Não será fácil, uma vez que é patente o grau de proteção de que se beneficiam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário